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Arquitetos: Taller de Arquitectura La Fundación
- Área: 3525 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:German Arese
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Fabricantes: Adobe Systems Incorporated, AutoDesk, Hilti, Microsoft, PERI, Sinteplast, Trimble Navigation
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Edifício Itália é um bem tombado pelo patrimônio histórico na cidade de Rosário, localizado na esquina noroeste no encontro das ruas Santa Fé e Itália. Construído no início do século XX, o edifício era inicialmente composto por um conjunto integrado de nove unidades residenciais distribuidas entre o térreo e o primeiro pavimento, as quais foram utilizadas como casas de renta, alugadas pelo proprietário para diferentes inquilinos. Entretanto, de uns dez anos pra cá, o edifício foi convertido em pensão, quando os quartos passaram a ser alugados separadamente para aumentar o rendimento do arrendador, exclusivamente, devido à sua privilegiada localização em pleno coração da cidade de Rosário.
O edifício encontra-se inscrito na área central de planejamento urbano Nº 8243/08 do município. Devido a seu status de bem protegido, a estrutura pressupunha uma série de restrições quanto à reformas e alterações de uso. O grau de tombamento requeria a total preservação da envoltória do edifício, assim como a prévia aprovação e supervisão da obra pelo órgão de conservação e reabilitação do patrimônio histórico do município.
O programa de uso foi então definido pelos novos proprietários de acordo com as possibilidades determinadas pelos órgãos de preservação; o edifício Itália seria transformado em um edifício comercial, acompanhado por um amplo espaço de estacionamento.
O principal objetivo do projeto era preservar o caráter “simples” do edifício: definido apenas por dois ou três materiais principais —concreto, aço e vidro—; a ideia era preservar a envoltória do edifício, recriando os espaços interiores para acomodar os novos usos — favorecendo as condições de iluminação natural e conectividade entre seus espaços e usos —; sem esquecer é claro, de um cuidadoso e artesanal trabalho de restauro da antiga estrutura preservada.
A estrutura portante foi quem guiou o processo de tomada de decisões, compreendida como um elemento chave no projeto devido à tenacidade e repetição de seus elementos construtivos, uma estrutura que pautou a definição e organização dos novos espaços e usos do edifício. Conservados os principais elementos estruturais, os arquitetos decidiram inserir diferentes níveis e entre-níveis para acomodar o novo programa. Neste processo de reconstrução dos espaços interiores, especial cuidado foi tomado com a relação da nova estrutura com a envoltória protegida do palacete. Como resultado disso, foram criados uma série de plantas flexíveis, revelando pés direitos duplos – e triplos em determinados momentos –, espaços capazes de acolher os veículos do estacionamento neste momento, mas quem sabe, novos programas em um futuro não tão distante.
Devido à todas as condicionantes da obra, o projeto foi executado ao longo de dois anos. No térreo foram criadas quatro salas comerciais de diferentes dimensões e características, três das quais compartilham entre elas as áreas de serviço. O acesso ao estacionamento foi condicionado à um dos extremos do edifício, separando a área de estacionamento pago e as vagas das salas comerciais.
Interiormente, o edifício conta com oito meios níveis onde encontram-se às vagas do estacionamento, dotados de um núcleo de circulação vertical independente com elevador. No final, foram disponibilizadas um total de 78 vagas para carros além de outras 12 vagas para motos. No ático foi criada uma área verde com terraço, a qual conta com um pequeno espaço de serviço, um escritório, uma churrasqueira além do estacionamento do guincho. Ao total, foram disponibilizados aproximadamente três mil e quinhentos metros quadrados de novos usos, dos quais 760 se destinam as salas comerciais e os restantes 2740 para os estacionamentos.
A obra foi executada em três etapas:
1. Demolição da estrutura interior e estabilização das fachadas;
2. Execução da nova estrutura híbrida: montagem da estrutura metálica pré-fabricada e concretagem das lajes;
3. Finalização da obra e acabamentos.